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De Judas à heroína Joana d’Arc

Revista ASSEAMA

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Edição 06

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História dos Discípulos

Na idade Média, nasce Joana d’Arc, a heroína francesa que recebeu a missão de livrar a França de seus invasores — país que, no futuro, seria o berço do espiritismo através das Obras de Allan Kardec.

Aos 19 anos, ela liderou com êxito exércitos em favor da França, mas foi perseguida, julgada e condenada à fogueira por se recusar a renegar as vozes espirituais que ouvia e das quais seguia as determinações em suas batalhas. De heroína à herege, sua curta encarnação terminou nas fogueiras da inquisição.

A primeira menção da encarnação de Judas como Joana d’Arc foi feita por Léon Denis. Ele escreveu dois livros sobre ela: “Joana d’Arc médium” e “A Verdade sobre Joana d’Arc”. A médium Zilda Gama em “O solar de Apolo’’, ditado pelo espírito Victor Hugo, registra em suas páginas a mesma informação.

Em “Crônicas do Além Túmulo”, Humberto de Campos, em psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, narra ter conhecido no vale de Cédron, em Jerusalém, Judas Iscariotes, quando recebeu a seguinte informação:

“...Os espíritos apreciam, às vezes, não obstante o progresso que já alcançaram, voltar atrás, visitar os sítios onde se engrandeceram ou prevaricaram, sentindo-se repentinamente transportados aos tempos idos... Judas costuma vir à Terra nos dias em que se comemora a Paixão de nosso Senhor, meditando nos seus atos de outrora”.

Abordado por Humberto, Judas esclareceu:

“...Depois da minha morte trágica, submergi em séculos de sofrimento expiatório da minha falta (o suicídio). Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da Doutrina de Jesus. Minhas provas culminaram em uma fogueira inquisitorial, onde, imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado. Vítima da traição, deixei na Terra os derradeiros resquícios do meu crime. Na Europa do século XV, desde esse dia em que me entreguei por amor do Cristo a todos os tormentos e infâmias que me avistaram, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentindo na fronte o ósculo de perdão da própria consciência...”

Nas últimas edições, acompanhamos os equívocos de Judas que levaram o Mestre ao calvário e seu arrependimento que culminou em suicídio. Vimos Jesus ficar ao lado de Judas no umbral, mostrando seu afeto e preocupação com ele. Agora, soubemos que há muitos séculos Judas se colocou a serviço do Messias em sua reencarnação como Joana.

A trajetória de Judas nos mostra que todos somos espíritos que já erramos muito, mas temos o perdão e o acolhimento de Jesus sempre. Ele nos dá, em nossas reencarnações, a oportunidade de corrigir o passado, sanar as consequências dos nossos erros e a trabalhar na Sua seara em prol de nós mesmos e de toda a humanidade.