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Direito e dever em equilíbrio

Revista ASSEAMA

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Edição 06

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Revista Espírita na Atualidade

Como nos lembra Lázaro, temos obrigações morais conosco e com o outro..

Nos tempos atuais, falamos muito sobre direitos. Se todos nós temos direitos, o que fazer para que o meu e o seu convivam em harmonia? A solução para esse aparente dilema repousa nos deveres.

A mensagem de Lázaro, na Revista Espírita de dezembro de 1863, nos faz recordar que o dever é a obrigação moral da criatura com ela e com o outro, dos atos mais ínfimos aos mais elevados. A tarefa de cumpri-los é muito difícil, principalmente quando são antagônicos aos nossos interesses e paixões, sem testemunha nas vitórias e repressão nas derrotas — a não ser nossa própria consciência. Ensina que os limites do dever se encontram naquele ponto em que ameaçamos a felicidade e a tranquilidade do próximo e não desejamos que ninguém os transponha em relação a nós mesmos.

O filósofo prussiano Immanuel Kant, que viveu no século XVIII, ensina que uma ação é certa quando realizada por um sentimento de dever. Segundo ele, a vontade boa é aquela que quer aquilo que deve, ou seja, a boa vontade orientada pela razão está de acordo com o dever e quer o bem.

Há um exemplo dessa ação pelo dever numa das parábolas de Jesus, no Evangelho Segundo o Espiritismo, em Mateus, cap. XXI, 28-31, na “Parábola dos Dois Filhos”.

Havia um homem com dois filhos. Chamou o primeiro e pediu que fosse trabalhar na vinha e ele respondeu que não queria. Arrependido, mudou de ideia e foi. Fazendo o mesmo pedido ao segundo, ele respondeu sim, mas não foi. O primeiro, mesmo não querendo, agiu segundo o dever.

O outro lado da moeda representa o indivíduo que se afasta do dever, julgando-se com direitos superiores, pensa em si e cogita satisfazer seus desejos antes de pensar nos outros. Age a todo custo e sacrifica sem hesitação os interesses alheios, assim nas mais insignificantes como nas maiores coisas, como nos mostra a RE, de julho de 1869.

Para ascender espiritualmente, devemos adaptar nossa forma de agir
e respeitar à medida que queremos ser respeitados.

Não é outro o sentido das palavras do Cristo: fazer ao semelhante aquilo que queremos para nós mesmos. Assim sendo, a humanidade agirá respeitando os direitos, como cumprirá seus deveres.