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Elos de família na reencarnação

Edição 08

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Revista ASSEAMA

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Revista Espírita na Atualidade

Quando falamos de sentimentos, costumamos recorrer a uma metáfora: laços. Assim temos os laços afetivos, os laços de amor, os laços de amizade. Ao analisarmos  a expressão laços, chegamos à ideia de união, de ligação.

Durante nossa existência, estabelecemos ligações, algumas fortuitas, outras dura-douras. Construídas nas sucessivas encarnações, se fortalecem na erraticidade e, de acordo com o progresso moral e intelectual alcançado, têm natureza essencialmente material naqueles que estão ainda no início
da jornada evolutiva e se sublimam à medida em que nos aproximamos do final do caminho. Em uma carta publicada na Revista Espírita, de março de 1866, um simpatizante reforça a solidariedade entre os espíritos

“…que, nas diversas fases dessa trajetória progressiva, se comunicam de um a outro mundo, encarnado ou invisível, para se esclarecerem, se ajudarem mutuamente, concorrerem reciprocamente para o seu avanço e facilitarem suas provas, numa tal continuidade e fortalecimento dos laços de família, de amizade e de caridade que, unindo os homens em sua passagem por esta Terra, têm como objetivo reuni-los um dia numa só família no seio do Senhor.”

Em outro número, de fevereiro de 1864, sobre a natureza da afeição, é destacado que aquela que persiste eternamente é de natureza espiritual e desinteressada, mobilizada pela abnegação, devotamento e nenhum sentimento pessoal. É a única resistente no domínio do Espírito: 

“…na Terra e nas esferas do trabalho corporal, concorre para o avanço moral do espírito encarnado que, sob a influência simpática, realiza milagres de abnegação e de devotamento aos seres amados; nas moradas celestes, ela é a completa satisfação de todas as aspirações e a maior felicidade que o espírito possa desfrutar. Assim, dois espíritos unidos espiritualmente se buscam e tendem sempre a aproximar-se.”

Por outro lado, se os laços forem materiais, ligados aos interesses pessoais e egoísticos, destroem-se com a morte. Cabe-nos substituir os laços materiais pelos espirituais, que nunca se rompem e só se fortalecem à medida em que galgamos novos degraus no trajeto evolutivo. Se agirmos assim, vamos reunir forças nas situações mais árduas porque nossos corações estarão unidos pelo mesmo desejo de reencontro nas esferas sublimes.