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Jesus vai ao encontro de Judas

Revista ASSEAMA

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Edição 05

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História dos Discípulos

Maria Madalena levou flores ao túmulo do Messias. Entre lágrimas, vê se aproximar alguém a quem julga ser um jardineiro. Para sua alegria, no entanto, reconhece o Mestre.

Maria pergunta a Ele de onde viria, seria do jardim celeste onde encontrou o descanso necessário que vem de Deus? Nos dons da paz completa? O Mestre responde: 

- Não Maria, não fui ainda ao alto. Nem me elevei sequer um palmo à luz do firmamento. Quem ama não consegue achar o céu de um salto. Ao invés de subir aos altos esplendores, desci, mas desci muito... até os reinos inferiores. Despertando no túmulo escutei os gritos de aflição de alguém que muito amei e que muito amo ainda. Embora visse além da luz sempre mais linda, sentia nesse alguém, um amado companheiro, crises de tristeza e de loucura. Fui à sombra abismal para a grande procura. E, o reencontrei amargurado e louco, a ponto de não mais me conhecer. Demorei-me a afagá-lo, e pouco a pouco, consegui que ele adormecesse. 

- Senhor, interrogou Madalena, quem é o amigo que te fez descer antes de procurar a luz do Pai ?

Jesus respondeu, com voz clara e serena:

- Maria, um amigo não esquece a dor de outro amigo que cai. Antes de me altear à celeste alegria, ao sol do mesmo amor a Deus em que te elevas, vali-me após a cruz, das grandes horas mudas e desci para as trevas a fim de aliviar a imensa dor de Judas.

Este texto foi extraído do livro “Coração e Vida”, psicografia de Francisco Cândido Xavier pelo espírito de Maria Dolores. 

Na edição passada, pudemos entender um pouco de como a ambição  de Judas levou à morte por  crucificação do Messias e também como Judas, em decorrência disso, pôs trágico fim à sua encarnação. 

No texto deste mês, vimos que o Mestre, antes de se dirigir para as esferas superiores, desce ao umbral para tentar levar alento
a Judas, sem julgamentos ou ressentimentos. Leva com Ele somente o amor verdadeiro, que o guiou no encontro com o amigo equivocado. 

O mestre nos ensinou de forma clara que só poderíamos julgar e condenar nosso próximo se estivéssemos livres de pecado. Ou seja, livres das imperfeições que permeiam nossos atos na humanidade. Ele que não tinha pecado, além de  não julgar Judas, foi ao seu encontro com o coração repleto de amor. Sigamos, dentro das nossas limitações, o Seu exemplo maior.