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Liberdade e nosso livre-arbítrio

Edição 07

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Revista ASSEAMA

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Revista Espírita na Atualidade

Tão essencial à nossa condição humana, a liberdade foi consagrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que reconhecem essa condição desde nosso nascimento.

Como espíritos, a liberdade, tão sonhada e cantada, se concretiza no livre-arbítrio, que se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea; seu gozo implica na responsabilidade que cresce em razão do desenvolvimento da inteligência. 

Como descrito na Revista Espírita de novembro de 1862, trata-se do “mais belo privilégio do Espírito humano e uma prova incontestável da justiça de Deus, que torna o espírito o árbitro de seu destino, pois dele depende abreviar o sofrimento ou prolongá-lo por seu endurecimento e má vontade.”

Há aqueles que argumentam sobre a fatalidade a que estaríamos entregues contrastando com o livre-arbítrio de que somos dotados. Esse fatalismo se encontra naquilo que não depende de nossa iniciativa, como a morte; enquanto o livre-arbítrio está na esfera de nossa ação individual. 

Os acontecimentos da vida que, por vezes, parecem nos atingir fatalmente, são consequências direta da nossa conduta no presente ou fora dele. Na condição de viajantes de vivências diversas, colhemos frutos plantados em outra existência ou nos submetemos a provas de adiantamento espiritual. 

Nos dois casos, revela-se o exercício do livre-arbítrio, representado pela nossa escolha entre o bem e o mal,  e confirmada em nossas ações; ao mesmo tempo, nos submetemos à fatalidade, representada pelas consequências dessas escolhas, como descrito na Revista Espírita, de 1868.

Cabe lembrar que a liberdade não é absoluta, vez que se trata de direito recíproco, o meu e o seu que se autolimitam.

Que a liberdade estenda suas asas sobre nós como no sonho de Ícaro. Na mitologia grega, Ícaro, filho de Dédalo, junto com seu pai, construiu asas a partir de cera e de penas para fugir da condição de prisioneiros. Ao ver-se no céu, voando, Ícaro se esquece das advertências paternas e, embriagado pela sensação de liberdade, aproxima-se do sol e suas asas derretem.
Ele cai no mar e morre.

Alcemos o voo para alcançar a liberdade, atentando, porém, para não nos deixarmos embriagar por ela e, assim, tenhamos que mergulhar no mar das consequências.

E, diante dos testemunhos atuais, utilizemos o nosso livre-arbítrio a fim de fazer escolhas pautadas na luz do Evangelho e nas bênçãos da fé.