Revista ASSEAMA
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Edição 04
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Evolução espiritual da humanidade
O homem primitivo criou símbolos e os pintou nas paredes em busca de ajuda para identificá-los e compreendê-los...
Ao caminhar pelas planícies, o homem primitivo segue em busca de alimento e de abrigo. É nômade e sofre as duras oscilações do clima: extremo frio ou exaustivo calor. Sem compreender o funcionamento desse cenário, continua sua jornada corajosamente. André Luiz cita em trecho de “Evolução em Dois Mundos”, capítulo 10, Palavra e Responsabilidade: “O homem que lascava a pedra e se escondia na furna, escravizando os elementos com a violência da força e matando indiscriminadamente para viver, instado pelos instrutores amigos que lhe amparam a senda, passou a indagar sobre a causa das coisas”.
E prossegue: “Constrangido a aceitar os princípios de renovação e do progresso, refugia-se no amor-egoísmo, na intimidade da prole, que lhe entretém o campo íntimo, ajudando-o a pensar. Observa-se, tocado por estranha metamorfose. Vê, instintivamente, que não mais se poderia guiar pela excitabilidade dos seus tecidos orgânicos ou pelos apetites furiosos herdados dos animais. Desligado lentamente dos laços mais fortes que o prendiam às inteligências divinas, a lhe tutelarem o desenvolvimento para que afirme as diretrizes próprias, sente-se sozinho esmagado pelo Universo”.
Entretanto, nem tudo é hostil. A noite clara e calma fornece quadro de rara beleza. O céu, incrivelmente estrelado, a lua iluminando seu olhar, desperta em seu íntimo o sentimento de admiração e encantamento pela natureza. Toda essa grandiosidade era incompreensível para ele. Lenta e gradativamente aguça sua inteligência tentando estabelecer relações com essas forças invisíveis. Temendo seu poder e gigantismo procura em sua imaginação criar símbolos e figuras que possam identificar esses seres.
Nas paredes das cavernas, desenha seu cotidiano e representa esses fenômenos que se manifestam tão vigorosamente em sua vida. À noite, em seu agitado sono físico, recebe a visita dos mentores espirituais que o amparam, esclarecem e orientam na busca por soluções para suas angústias.
É o início da procura para as respostas do seu meio ambiente, com lampejos do sentimento de religiosidade que conectaria seu entorno com a Obra Divina. Primeiro com a ideia de adoração a desenhos e imagens, objetos, totens e esculturas. Milênios depois, a própria filosofia religiosa. Brota a semente da espiritualidade em conjunto com o desenvolvimento das inteligências racional e emocional. O psiquismo é o fundamento para o desenvolvimento do ser em seu novo estágio de evolução. Novos passos aguardam seu caminho para o encontro com a Espiritualidade Superior.