Edição 07
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O Espírito evolui
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Revista ASSEAMA
A grande magia da vida entre encarnados e desencarnados está nos processos de conhecer um ou outro e, dessa maneira, conhecermo-nos melhor sob a ótica do espírito. No que se refere ao entendimento da alma dos animais, a grande magia em entendê-los efetivamente está na observação.
No santuário da Asseama, temos a oportunidade de conviver com quase 200 almas em fase de animalidade. A maioria foi vítima de maus-tratos e chegou até nós para receber amparo e cuidado como espíritos.
Há alguns dias, fizemos a primeira tosa em uma carneirinha abandonada no nosso santuário. Conforme falávamos, ela abanava o rabinho e, ao receber carinho, se esticava. No fim da tosa, levantou-se, deu alguns saltinhos e foi se alimentar. Todo cuidado foi tomado para que ela não se traumatizasse.
Temos aí um espírito na fase de mamífero. Já é um animal superior como nos descreve André Luiz em “Evolução em Dois Mundos”. Observamos que, ao falar com ela, foi capaz de abanar o seu rabinho. Percebemos então a audição ativa. Quando a tocamos para tosar, ela se esticou. Vemos aí a sensibilidade ao toque bastante ativa. Por fim, deu saltinhos depois desse processo e foi se alimentar. Ali, já são o olfato e o paladar se manifestando.
Sentidos se desenvolvem intensamente e é através deles que nos relacionamos com o ambiente externo. Mas como começa o desenvolvimento dos cinco sentidos?
André Luiz descreve que esse processo começa sua formação nas amebas, mas os sentidos, como conhecemos, e a formação dos órgãos complexos que envolvem cada um desses cinco sentidos, se inicia realmente na fase de animais. Observamos esses órgãos mais complexos, particularmente na fase de insetos, lembrando que nessa etapa que o espírito já ultrapassou os milhares de anos no reino mineral, já se transferiu para o reino vegetal e milhares de anos se passaram até que, transferindo-se para o reino animal, encontrou o corpo físico de um inseto.
É nos artrópodes que nós vamos perceber a visão se iniciando, a audição, o tato, o olfato e até mesmo o paladar. Ao estudar a fundo o corpo de um artrópode, nós perceberemos que ele produz saliva e tem hormônios.
Ao atravessar toda a gama dos processos de animais inferiores, o espírito desenvolve cada um dos sentidos. Do órgão externo até a parte mais interna do sistema nervoso um longo caminho se faz envolvendo nervos, artérias e veias. Voltando à nossa querida Dengosa, ela realmente caminhou por diversos séculos, milênios mesmo, para hoje ter uma audição que permite ouvir o quanto a amamos e saber que é bom que esteja conosco.
Uma visão que permite que nos identifique e fique tranquila; sinta-se segura. Um tato que faz com que possa sentir as nossas mãos acariciando o seu corpo e, dessa forma, ser realmente acolhida. Um paladar que permite receber, no alimento que nós fornecemos, todo o carinho que se direciona para libertá-la, pouco a pouco, do trauma de ter sido abandonada. Um olfato que a faz diferenciar o local que hoje identifica como lar.
Nossa Dengosa representa todos os animais do planeta Terra. Ali, por trás de cada corpo físico, podemos vislumbrar uma gama de evolução, consciência, inteligência, livre-arbítrio, instinto e os cinco sentidos. Magnífica Doutrina Espírita que tanto nos ensina. Dobremo-nos ao Criador de todos nós!