Revista ASSEAMA
>
Edição 03
>
Revista Espírita na Atualidade
Ao buscar inspiração para este texto, veio à minha mente uma música de infância, que fala de “uma casa engraçada”, sem nada. Então, que tal aproveitar a inspiração para falarmos sobre a Terra, a nossa casa atual?
Podemos começar com a seguinte observação: a nossa casa fica em uma rua chamada Sistema Solar, que tem oito outras “casas”; a Terra é a terceira em distância da principal — o Sol; e é a quinta maior. É uma casa grande que abriga 7,8 bilhões de espíritos encarnados e outros 21 bilhões de desencarnados, de acordo com o “Anuário Espírita”, de André Luiz.
Espiritualmente, está classificada como mundo de expiação e provas, onde a influência material se sobrepõe à espiritual e o mal ainda predomina (ESE, cap. III, item 4).
A despeito de todas as teorias sobre a sua formação (vide RE de mar/1858, maio/1859, abril/1860, abril/1867 etc), se acreditamos no Big Bang ou na Gênese Bíblica, ela é não só a nossa morada, mas também a nossa escola porque nos oferece a oportunidade de construção de nós mesmos em direção à ascensão espiritual.
Nas Revistas de julho de 1865 e outubro de 1866, Kardec discorre sobre o nosso planeta e sua submissão à lei do progresso, além de abordar nossa responsabilidade como seus cidadãos. E vejam como sua dissertação traz os elementos que permeiam o noticiário:
“A Terra progride fisicamente, pela transformação dos elementos que a compõem, e moralmente, pela depuração dos Espíritos, encarnados e desencarnados, que a povoam. Essa melhoria acontece tanto pelo império das forças materiais quanto os homens concorrem pelos esforços
de sua inteligência.
No entanto, apesar dos incontáveis progressos da humanidade, os homens, enquanto dominados pelo orgulho e egoísmo, utilizarão sua inteligência e conhecimentos em benefício de suas paixões e interesses pessoais, não havendo segurança para ninguém, restando-lhes ainda uma imensidão a realizar.”
Neste momento, quando observamos o cenário que temos diante de nós, devemos nos perguntar: é esta a casa que queremos? É assim que queremos entregá-la às gerações futuras? Estamos preocupados em colonizar Marte ou a Lua, mas não deveríamos olhar primeiro para a nossa Terra? Estamos preparados material e espiritualmente para essas incursões?
Em 1961, Yuri Gagarin, o primeiro astronauta a ver a Terra do espaço, a descreveu de forma singela e comovente, dizendo “a Terra é azul”. Mas ela pode ser azul da liberdade, branca da igualdade, vermelha da fraternidade, verde da esperança e da natureza, ou da cor que nós quisermos e fizermos. Pense nisso!