Desvendando O Livro dos Espíritos
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Edição 09
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Revista ASSEAMA
Como vimos na edição anterior, Kardec volta a afirmar que o espírito segue uma jornada progressiva. A vida material é prova a que deve se submeter repetidas vezes até atingir a perfeição absoluta. A alma passa por diversas encarnações na Terra ou em outros mundos e a rapidez do progresso depende do esforço para atingir a perfeição.
Encontra sempre o meio necessário para ser útil, devendo amparar os mais fracos, pois transgride as Leis de Deus quando abusa de sua força e poder para oprimir seus irmãos.
Embora quando encarnado o espírito esteja sob a influência da matéria, pode sobrepujá-la por sua depuração, aproximando-se de espíritos superiores. Ao permanecer dominado pelas más paixões, acaba se aproximando dos espíritos impuros.
Ao desencarnar, o espírito deixa o corpo e retorna ao mundo espiritual de onde havia saído para a nova existência material, conservando sua individualidade. Nesse retorno, pode reencontrar quem conheceu na Terra, recordando de suas existências anteriores e de todo o bem e o mal que fez.
Espíritos desencarnados ou errantes encontram-se por toda parte no espaço sem ocupar uma região determinada e circunscrita. E formam, ao nosso redor, uma população invisível, exercendo ação incessante sobre o mundo moral e o mundo
físico ao atuar sobre o pensamento e sobre a matéria, causando vários fenômenos cujas explicações racionais apenas são possíveis com o Espiritismo.
Há constante relação dos espíritos com os homens através de comunicações que podem ser ostensivas ou mesmo ocultas. Para as ostensivas, na maioria dos casos, há um médium como instrumento que, pela escrita, pela palavra ou outras por manifestações materiais, trazem-nos mensagens dos espíritos.
Os espíritos podem se manifestar espontaneamente ou por evocação. E, embora todos os possam ser evocados, eles são atraídos pela afinidade com os integrantes e pela sintonia com a natureza moral da reunião.
Os bons se afinizam com reuniões sérias em que predomina o amor e a intenção educativa, enquanto os inferiores buscam frivolidades e maus instintos. A distinção é possível pela linguagem e pelo conteúdo das comunicações, pois os bons apresentam uma linguagem nobre, que estimula o bem, enquanto os inferiores são grosseiros e banais, com comunicações falsas ou zombeteiras.
A moral dos espíritos superiores se resume na máxima evangélica, regra universal de conduta,”fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam”. Como o orgulho, o egoísmo e a sensualidade nos prendem à matéria e nos aproximam da natureza animal, devemos buscar o desprezo das futilidades mundanas e o cultivo do amor ao próximo.
Uma vez que no mundo dos espíritos nada fica escondido, o hipócrita é desmascarado e suas torpezas reveladas. Mas, Deus, Pai de Soberana misericórdia, justiça e amor, concede-nos todas as oportunidades de arrependimento, correção e redenção, não havendo falta irremissível que não possa ser apagada pela expiação. E na eternidade da vida do espírito, o progresso é a única fatalidade do ser, sendo a absoluta perfeição o nosso destino final, como filhos de Deus.